Publicado em: 15 de agosto de 2024
Uma análise de satélite aponta que o avião da Voepass que caiu na última sexta-feira (9) em Vinhedo voou entre oito e dez minutos dentro de uma formação de gelo severo —uma condição climática que o manual da fabricante classifica como de “emergência” e que pode levar a aeronave, um ATR 72-500, a perder sustentação e girar.
Entenda a condição crítica enfrentada pelo avião:
Quando o gelo severo acumulado nas superfícies de voo, como as asas e o estabilizador horizontal, não é removido pelo sistema antigelo, ele pode “degradar seriamente a performance e controlabilidade da aeronave”, diz o manual obtido pelo g1.
A reconstituição do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), da Universidade Federal de Alagoas, revela que o avião da VoePass enfrentou uma zona meteorológica crítica e atravessou nuvens com temperatura abaixo de -40 °C.
O laboratório combinou imagens de satélites e radar, associadas às coordenadas geográficas da rota do voo. O meteorologista Humberto Barbosa, coordenador do Lapis, disse “ficou assustado” quando olhou as condições meteorológicas do estado de São Paulo no dia 9.
“Naquela rota, o plano de voo ia pegar uma situação crítica, não só pela área de formação de gelo severa, porque você tinha essas condições termodinâmicas, mas também de ventos nessa região que estavam sendo alimentados por outros sistemas”.
O estado já estava sob influência de uma frente fria, mas ele percebeu que havia outros componentes impactando as variáveis do local. Barbosa explicou que dois fatores ajudaram a “injetar” ainda mais umidade na região do acidente: