Publicado em: 13 de junho de 2025
Estudantes apresentaram mensagens e autoridades prestigiaram o evento. Foto: Rubens Floriano / Portal Capixaba Hoje
Na manhã da última quinta-feira (12/06/2025), São Mateus parou para olhar de frente uma realidade que ainda insiste em silenciar infâncias, com a caminhada pelo Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil que tomou as ruas do Centro, saindo da Praça Mesquita Neto. A mobilização foi amplamante abraçada pela comunidade mateense, reunindo professores, gestores escolares, conselheiros tutelares, vereadores, Ministério Público do Trabalho, Polícia Militar, Guarda Municipal, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescentes e as secretarias municipais de Educação, Saúde, Comunicação e Assistência Social.
Estudantes, pais e professores se concentraram na Praça Mesquita Neto, no centro de São Mateus. Foto: Rubens Floriano / Portal Capixaba Hoje.
Sob sol ameno e cartazes nas mãos, as crianças levavam uma mensagem clara: trabalhar não é papel de criança. “O lugar dela é na escola, aprendendo, brincando, se desenvolvendo. Criança que trabalha perde a infância e o futuro. E a gente não pode aceitar isso como normal”, disse a professora Edivânia Rodrigues, coordenadora do projeto que organizou a ação.
A professora Elivânia Rodrigues coordena a frente de combate ao trabalho infantal. Foto: Rubens Floriano / Portal Capixaba Hoje
Segundo Elivânia, a maior barreira hoje é justamente essa: a naturalização. “Tem criança no farol, na praia, nas lavouras… e ninguém vê. Finge que não viu. Essas crianças se tornam invisíveis. E a gente precisa lembrar à sociedade que infância exige cuidado, atenção e presença”, completou.
A secretária de Educação, Edna Rossim, também esteve na passeata e reforçou que proteger a infância é uma responsabilidade coletiva. “Hoje é um dia de consciência. De dizer com firmeza que a escola é o lugar onde o sonho nasce, onde a criança aprende a existir com dignidade. O trabalho infantil corta isso pela raiz. Ele nega o desenvolvimento e favorece a exclusão social”, afirmou.
A caminhada também contou com a presença da procuradora do trabalho Poliana França, que alertou para casos recorrentes na região. “Temos recebido denúncias sérias, inclusive de crianças em situações análogas à escravidão. A fiscalização é necessária, mas a prevenção começa aqui, com ações como essa, que sensibilizam e chamam a sociedade pra perto.”
Ao todo, nove escolas participaram da mobilização, com faixas, cartazes e cataventos, símbolo da luta contra o trabalho infantil. Ao lado delas, estavam profissionais do CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), do Conselho Tutelar e das secretarias parceiras. “Esse evento é por elas e para elas: nossas crianças. São elas que merecem esse cuidado”, disse Elivânia, em agradecimento especial às escolas.
Por: Capixaba Hoje